A corda de uma raquete é como se fosse “sua alma”
A corda é um dos fatores determinantes para o bom desempenho de um tenista e, por isso, todo o cuidado é pouco na hora da escolha. Assim como fizemos um post sobre como manter sua raquete em bom estado ou como escolher a bola ideal para você, hoje vamos falar sobre os tipos de corda existentes no mercado.
São muitos os tipos, os materiais e as espessuras disponíveis, cada um deles oferecendo vantagens e desvantagens. Seguem-se algumas especificações para orientar na escolha da corda:
TIPOS DE CORDA E SUAS CARACTERÍSTICAS
As cordas para raquetes de tênis se agrupam em dois tipos: cordas monofilamento e cordas multifilamentos.
Cordas monofilamentadas
São cordas de um único filamento, sendo, por isso, mais rígidas. Os materiais de que são feitas, poliéster ou co-polímero, não têm muita flexibilidade.
Elas perdem tensão com mais rapidez que as cordas multifilamentadas. Em compensação são as mais duráveis, muito utilizadas por tenistas profissionais e jogadores que rompem cordas com frequência.
Cordas multifilamentadas
São cordas de altíssimo nível tecnológico e matérias primas sofisticadas. São constituídas por um feixe de microfibras com filamentos microscópicos em sua construção.
Esses multifilamentos proporcionam maior elasticidade por manter a tensão da corda, e também amortecimento de vibrações. São, por isso, as mais confortáveis, recomendadas especialmente para tenistas com lesões nos punhos e cotovelos. A grande desvantagem é que elas arrebentam com mais facilidade, pois tão logo o envoltório exterior seja danificado elas tendem a se quebrar.
MATERIAIS USADOS NA CONSTRUÇÃO DE CORDAS
A característica mais importante de uma corda é o material do qual ela é feita. A seguir apresentamos as características das cordas por tipo de material utilizado. Os dois primeiros, poliéster e co-polímeros, como já dissemos, são utilizados nas de monofilamentos. Os três restantes, nylon, fibras sintéticas e tripas naturais, nas de multifilamentos.
Poliéster
A estrutura delas consiste de uma única fibra de poliéster com um revestimento fino. Em termos de vantagens e desvantagens podemos apontar:
- São encontradas em diferentes espessuras, o que permite a escolha entre elasticidade e durabilidade;
- Alta perda de tensão;
- Pouca sensibilidade à variação de temperatura;
- Muita resistência a quebra;
- Baixo custo;
- Baixa absorção ao impacto;
- Contra indicada para quem teve ou tem histórico de incômodo no braço;
- Pouca variação entre uma marca e outra.
Co-polímeros
As cordas de co-polímeros têm tecnologia avançada em sua construção, a começar pelos vários materiais que as compõem, inclusive o poliéster. É reconhecidamente a maior evolução técnica em equipamentos para o tênis dos últimos anos.
Elas têm custo mais alto que as cordas de poliéster, mas são indiscutivelmente de maior qualidade e maior durabilidade. Compartilham da mesma dureza, mas os co-polímeros têm maior absorção ao impacto e afrouxam muito menos do que os poliésteres.
Também são fabricadas em espessuras diversas, mas, ao contrário das cordas de poliéster, as de co-polímeros possuem algumas distinções de marca para marca e até mesmo entre modelos da mesma marca.
Nylon
É um bom material para cordas de tênis devido às propriedades dinâmicas do nylon (polímero). As cordas de nylon utilizam baixa tecnologia. Possuem entre 3 e 100 filamentos de nylon, com densidades e espessuras iguais, unidas num núcleo recoberto com envoltórios resistentes. As cordas com revestimentos múltiplos oferecem melhor qualidade que aquelas que têm um único revestimento. Suas principais características são:
- Baixo custo;
- Perda rápida de tensão;
- Fácil alteração com variação de temperatura;
- Baixa absorção ao impacto;
- Geralmente grossas e bastante resistentes a quebras pois afrouxam rapidamente.
Tripas Naturais
Têm fabricação complexa e utilizam, como matéria-prima, tripa do intestino de boi ou de carneiro. São as cordas mais antigas no mercado e ainda são as melhores em termos de sensibilidade e conforto. São as mais filamentadas e, por isso, muito macias. Suas desvantagens:
- Preço elevado
- Sensibilidade ao clima
- Pouca durabilidade
- Altíssimo custo, e por isso, não é muito utilizada pelos tenistas do dia-a-dia.
Eram as preferidas dos tenistas da ATP, mas atualmente, com o avanço na qualidade das cordas sintéticas, devido o emprego de alta tecnologia em sua fabricação, as tripas naturais foram perdendo gradualmente sua popularidade entre os jogadores de ponta.
Fibra sintética
As cordas de fibras sintéticas possuem alta tecnologia em sua construção. Costumam ter de 120 a 1500 filamentos de materiais, espessuras e densidades diferentes. Diferem das cordas de nylon por possuírem quantidade maior de filamentos, além de melhores materiais.
São extremamente confortáveis, mas, em geral, menos duráveis que as cordas de nylon. Se comparadas às fibras naturais, oferecem excelente equilíbrio entre qualidade e preço. As cordas sintéticas mais filamentadas são as que mais se aproximam da fibra natural. Resumindo suas vantagens e desvantagens:
- Custo intermediário;
- Perdem menos tensão do que o nylon;
- São menos sujeitas a variação de temperatura;
- Têm boa absorção ao impacto;
- Resistem menos a quebra do que o nylon.
ESPESSURA DAS CORDAS
A espessura da corda é fator tão importante quanto o material e a tensão colocada. Em geral, as mais finas oferecem maior jogabilidade, independentemente do seu material, e também produzem mais spin.
A maioria das espessuras disponíveis varia entre a Gauge 15 (de 1,41mm a 1,49 mm) as mais grossas, e a Gauge 19 (de 1,00mm a 1,10mm) as mais finas, em geral usadas para squash. Uma espessura mais tradicional fica entre o 1,23mm e 1,30 mm.
Dentre as vantagens e desvantagens das cordas finas e grossas podemos citar:
Finas: imprimem maior velocidade à bola e oferecem menor controle, absorvendo mais o impacto da bola. Elas aceleram o spin e quebram-se com mais facilidade.
Grossas: aumentam o controle de bola, imprimem a ela menor velocidade e absorvem menos o impacto. Proporcionam menor efeito spin e têm maior durabilidade.
ENCORDOAMENTO
Como vimos anteriormente, há cordas construídas com materiais mais duráveis e outros menos. De qualquer forma, não é recomendável jogar com a mesma corda mais de dois a três meses. Ela perde a elasticidade e a tensão com o tempo, seja qual for o uso. As cordas correm e saem do lugar mesmo quando seminovas e ressecam conforme a sensibilidade do material ao ambiente.
Ao levar uma raquete para encordoar o jogador deve levar em consideração principalmente:
- O material da corda
- A espessura dela
- A tensão que quer colocar
Uso de cordas híbridas
Tem se tornado cada vez mais comum a prática de encordoamento de raquetes de tênis com cordas híbridas. Elas são uma combinação de dois tipos de cordas na mesma raquete, para combinar conforto e durabilidade. Esse tipo de combinação é muito indicado para tenistas profissionais ou mais experientes por se adaptar aos mais variados golpes.
Existem várias combinações possíveis conforme o material, mas em princípio, na vertical da raquete deve vir uma corda mais rígida, de monofilamentos, e na horizontal, uma mais flexível, de multifilamentos. Essa posição leva em conta que, normalmente, as cordas principais (vertical) se rompem primeiro, pois são as que movem mais.
Existem, no mercado, cordas híbridas que já vêm embaladas juntas, mas há também a possibilidade de criar combos individuais.
Tensão das cordas
Cada raquete tem uma especificação de tensão determinada pelo fabricante. Não é aconselhável ultrapassar o limite máximo porque isso pode diminuir a vida útil da raquete. Fora isso, não existem regras fixas para definir a tensão que cada tenista deve usar.
Em geral, para iniciantes é indicada uma tensão de média para baixo do sugerido da raquete, acompanhado de uma corda macia, de espessura fina e flexível.
Para os mais experientes, a tensão alta é mais recomendada, proporcionando maior controle de bola e precisão nos golpes. Alguns jogadores preferem usar tensões diferentes em um mesmo encordoamento, sendo geralmente, a libragem maior nas cordas verticais.
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